domingo, 17 de agosto de 2008

Robô é controlado por cérebro biológico artificial

Redação do Site Inovação Tecnológica
14/08/2008

Robô é controlado por cérebro biológico artificial

[Imagem: University of Reading]

Pesquisadores ingleses desenvolveram um robô controlado por um cérebro biológico, em vez dos tradicionais "cérebros eletrônicos," formados por um programa rodando em um microprocessador.

Cérebro biológico robótico

O cérebro biológico robótico é formado por um conjunto de neurônios cultivados em laboratório, colocados sobre uma rede de eletrodos conhecida como MEA (multi electrode array). São cerca de 300.00 neurônios de rato mergulhados em uma solução de nutrientes e antibióticos. Os neurônios fazem naturalmente conexões entre si e continuam a desenvolver novas conexões à medida que são estimulados.

O MEA utilizado é um pequeno recipiente circular, contendo em sua base cerca de 80 eletrodos que coletam os sinais elétricos gerados pelos neurônios e os repassa para os circuitos eletrônicos que controlam o corpo do robô. Os sinais coletados pelos eletrodos são então utilizados para controlar esses circuitos.

Ativando o cérebro artificial

Para estimular o cérebro robótico, os neurônios são ativados por sinais coletados pelos sensores do robô. Quando o robô se aproxima de um objeto, por exemplo, o sensor de proximidade envia seus sinais por meio dos eletrodos do MEA até os neurônios.

Em resposta, os sinais de saída dos neurônios são dirigidos para acionar as rodas do robô e fazê-lo virar para a esquerda ou para a direita. Com isto, os neurônios são levados a desenvolver um padrão de acionamento que faz com que o robô evite o obstáculo.

Ensinando o cérebro artificial

"Esta nova pesquisa é tremendamente entusiasmante porque, primeiramente, o cérebro biológico controla seu próprio corpo robótico móvel e, em segundo lugar, ele irá nos permitir investigar como o cérebro aprende e memoriza sua experiência. Esta pesquisa fará avançar nosso entendimento de como o cérebro funciona, e poderá ter um efeito profundo em muitas áreas da ciência e da medicina," diz o professor Kevin Warwick, da Universidade de Reading.

Warwick e sua equipe agora vão tentar fazer com que o robô aprenda, aplicando sinais diferentes ao seu cérebro biológico quando ele chegar em locais predeterminados. Os cientistas esperam que, à medida que o aprendizado do robô avance, seja possível verificar como a memória se manifesta no cérebro. Isto poderá ser feito verificando o padrão de acionamento dos neurônios quando eles voltarem aos locais já visitados.

Outros cérebros biológicos para robôs

Esta é mais uma pesquisa em uma área promissora, que busca tanto estudar o funcionamento do cérebro humano, quanto desenvolver cérebros artificiais biológicos para o controle de robôs.

Asfalto de estradas e ruas será usado para gerar energia solar

Redação do Site Inovação Tecnológica
14/08/2008

Pesquisadores descobriram uma forma eficiente de transformar o calor do asfalto de rodovias, ruas e estacionamentos em uma fonte barata e não-poluente de energia. O asfalto, que fica extremamente quente sob o Sol, é utilizado como um coletor térmico da energia solar para gerar eletricidade.

Eliminação das "ilhas de calor"

Além de usar os milhões de quilômetros quadrados de asfalto já disponíveis em rodovias e ruas, gerando eletricidade ou água quente, o projeto ainda beneficia o meio ambiente e a qualidade de vida nas cidades, capturando o calor do asfalto e minimizando um efeito conhecido pelos urbanistas como "ilhas de calor."

Os pesquisadores do Instituto Politécnico Worcester, nos Estados Unidos, utilizaram testes em pequena e em larga escala, além de modelos computadorizados, para mensurar o potencial de captura do calor acumulado no asfalto e sua utilização para geração de energia.

Água quente e eletricidade

Os testes utilizaram termopares incorporados no asfalto, para medir a penetração do calor, e canos de cobre, para medir a eficiência com que o calor pode ser transferido para um fluxo de água. A água quente gerada pode ser utilizada diretamente em residências e indústrias, ou ser direcionada para um gerador termoelétrico para produzir eletricidade.

Outra vantagem verificada durante as pesquisas é que o asfalto retém o calor por várias horas depois que o Sol se pôs, transformando o sistema em uma opção mais eficiente do que as células solares fotovoltaicas.

Eficiência e custos

Testando várias composições de asfalto, os pesquisadores descobriram que a adição de agregados eficientes na condução de calor, como o quartzito, pode aumentar significativamente a absorção do calor do Sol pelas rodovias e ruas. Uma tinta especial também foi avaliada, reduzindo a reflexão da superfície do asfalto e fazendo com que ele absorva ainda mais calor.

Os pesquisadores estão agora passando para a etapa de avaliação dos custos de implantação do sistema. Para viabilizar economicamente o projeto, eles afirmam que será necessário substituir os tubos de cobre usados na pesquisa por um trocador de calor metálico projetado especificamente para essa tarefa, capaz de capturar a maior quantidade possível de calor do asfalto.

O trocador de calor será projetado de forma a poder ser incorporado nas rodovias e ruas já existentes durante o seu recapeamento, um processo de recuperação que normalmente ocorre a cada 10 anos de vida útil do asfalto.

Terceira Lei da Termodinâmica pode ter falha, diz cientista

Redação do Site Inovação Tecnológica
15/08/2008

Terceira Lei da Termodinâmica pode ter falha, diz cientista

Imagem feita por microscópio de tunelamento eletrônico mostrando a estrutura do metamaterial que imita o comportamento do gelo.[Imagem: John Cumings]

Será que a Terceira Lei da Termodinâmica é realmente uma lei ou simplesmente uma regra?

"Esta é uma questão fundamental. Se houver uma exceção, então ela é uma regra geral," afirma o Dr. John Cumings, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. E suas pesquisas mais recentes acabam de demonstrar que há pelo menos uma exceção.

Terceira Lei da Termodinâmica

A Terceira Lei da Termodinâmica estabelece que, à medida que a temperatura de uma substância pura move-se em direção ao zero absoluto - matematicamente, a menor temperatura possível - sua entropia, ou o comportamento desordenado de suas moléculas, também se aproxima de zero. As moléculas deverão então se alinhar em um padrão ordenado.

A exceção do gelo

Mas o Dr. Cumings descobriu que não é exatamente isto o que acontece justamente com o material mais abundante na Terra: a água.

Apesar de parecer algo tão simples, o processo de cristalização da água, sua transformação em gelo, não é um processo que seja largamente entendido pelos cientistas.

O que dizem os livros-texto

Os livros-texto afirmam que as moléculas de água movem-se cada vez mais lentamente quando a temperatura começa a cair. Ao atingir 0º C elas assumem posições fixas, fazendo com que a água passe do estado líquido para o estado sólido, formando o gelo.

O que acontece ao nível molecular, porém, é muito mais complicado do que isso, afirma o Dr. Cumings. E, mais importante, o que acontece parece estar em contradição com aquela que é uma das mais fundamentais leis da Física, a Terceira Lei da Termodinâmica.

O que mostra o novo experimento

Embora os átomos de oxigênio fixem-se para formar uma estrutura cristalina bem ordenada, o mesmo não acontece com os átomos de hidrogênio. "Os átomos de hidrogênio param de se mover, mas eles simplesmente param no lugar onde estão, em configurações diferentes ao longo do cristal, sem nenhuma correlação entre eles, e nem mesmo um só deles baixa sua energia o suficiente para reduzir sua entropia a zero," explica o cientista.

Reformulação da Terceira Lei da Termodinâmica

A Terceira Lei da Termodinâmica já foi modificada uma vez, por volta dos anos 1930, quando foram descobertas substâncias não-cristalinas, como materiais vítreos e polímeros. A Terceira Lei foi reescrita para afirmar que a entropia de todos os materiais cristalinos puros move-se em direção a zero quando suas temperaturas movem-se em direção ao zero absoluto.

Ora, o gelo é uma substância cristalina pura, mas parece que apenas os seus átomos de oxigênio obedecem à Lei. Pode ser que o gelo venha a ordenar-se totalmente depois de períodos de tempo muito longos sujeito a temperaturas muito baixas. Mas isto é apenas uma suposição e ainda não foi demonstrado experimentalmente.

Metamaterial que imita o gelo

Para convencer seus colegas cientistas, contudo, o Dr. Cumings também precisa comprovar que seus modelos reproduzem adequadamente o gelo. Os cientistas não estudam o gelo porque não querem, mas porque esta é uma tarefa muito difícil. O estudo da estrutura cristalina do gelo exige que a temperatura seja mantida abaixo dos -196 °C por um longo tempo e de forma muito precisa.

Ele e sua equipe projetaram um metamaterial, um material artificial, que, acreditam eles, reproduz com precisão o comportamento do gelo. O metamaterial é formado por "pseudo-átomos" feitos de uma liga de ferro-níquel. Cada pseudo-átomo é um modelo em larga escala feito de milhões de átomos cujo comportamento coletivo imita o comportamento de um átomo individual.

Campos magnéticos fazem o papel dos átomos de hidrogênio, o que permite que o comportamento desses "covers" seja observado diretamente por meio de um microscópio eletrônico, o que não era possível até hoje nos modelos que tentavam imitar o comportamento do gelo.

"Esta é a primeira vez que as regras do comportamento do gelo foram rigorosamente confirmadas pela observação direta dos pseudo-átomos de hidrogênio. Nós podemos acompanhar a posição e o movimento de cada pseudo-átomo em nosso modelo, ver quais defeitos ocorrem na rede cristalina, e simular o que acontece ao longo de períodos de tempo muito longos," explica Todd Brintlinger, outro pesquisador da equipe.

Bits magnéticos de discos rígidos

O próximo passo é aguardar que outros cientistas consigam replicar os experimentos e concordem que o modelo de pseudo-átomos reproduz fielmente a estrutura do gelo. Mas o metamaterial criado para imitar o comportamento do gelo já está suscitando outros interesses.

Cada pseudo-átomo tem um formato hexagonal, medindo 30 nanômetros, uns encaixando-se perfeitamente aos outros. O resultado é um material que pode ter muitas vantagens sobre os bits magnéticos utilizados nos discos rígidos, que geralmente são dispostos de forma aleatória. Sua estrutura otimizada poderá permitir a construção de memórias de armazenamento muito mais densas, capazes de guardar mais dados por área.

"Talvez, no futuro, os engenheiros sejam inspirados por isto em seus projetos de discos rígidos. A padronização formal e as interações entre os bits podem realmente ajudar a estabilizar a informação, em última instância levando a discos com capacidades muito maiores," diz Cumings.

Imagens 6D são criadas em sistema super-realístico de projeção

Redação do Site Inovação Tecnológica
13/08/2008

Imagens 6D são criadas em sistema super-realístico de projeção

Protótipo de um pixel que compõe o sistema de projeção 6D.[Imagem: MIT]

Se vivemos em um mundo tridimensional, o que poderia ser mais realístico do que um sistema de imagens 3D? Segundo pesquisadores do MIT, nos Estados Unidos, a resposta é um sistema 6D, que, além de reproduzir fielmente os detalhes das imagens, seja capaz de responder a todas as variações no ambiente.

A capacidade de produzir sombras naturais e de realçar o brilho dos objetos de acordo com a direção e a intensidade da iluminação torna possível também a criação de imagens que variam ao longo do tempo, em resposta a alterações na iluminação ambiente, sem nenhum controle ativo e sem a necessidade de qualquer processamento.

Técnica de projeção 6D

Em vez de hologramas, que exigem raios laser para serem projetados, o sistema de projeção 6D utiliza o mesmo princípio encontrado em alguns cartões postais, nos quais uma série de lentes lineares e paralelas são construídas em um material plástico que é superposto a uma imagem, criando imagens diferentes para cada olho e dando a sensação 3D.

Esse mesmo princípio pode ser utilizado para criar imagens 4D, que dão a impressão de movimento, bastando utilizar lentes quadradas - quando o ângulo de visão é alterado, as diversas imagens parecem se suceder em um movimento contínuo.

Melhor do que o melhor holograma

O novo sistema 6D acrescenta a esse princípio uma série de camadas adicionais de lentes para criar duas novas dimensões de movimento. Assim, a imagem altera-se não apenas com a mudança da posição de quem olha para ela, mas também com a direção da iluminação.

"Mesmo se você tiver o melhor holograma disponível," explica Raskar, quando o ângulo da luz muda "se eu tenho um holograma de uma flor, e uma flor real próxima a ele, o holograma não parece real. Todas as sombras e todas as reflexões sobre a flor não são duplicadas no holograma."

30 dólares por pixel

O equipamento está em estágio inicial de desenvolvimento e por enquanto produz apenas imagens de baixa resolução. Como foi construído com peças que tiveram que ser feitas artesanalmente, os pesquisadores afirmam que cada pixel teve um custo de cerca de US$30,00.

Aplicações práticas irão exigir desenvolvimentos significativos, incluindo aprimoramento da técnica e miniaturização dos pixels. "Levará ainda ao menos 10 anos antes que tenhamos qualquer tela realística com dimensões práticas," diz o pesquisador Ramesh Raskar.